segunda-feira, 1 de outubro de 2012

PROGRESSO ESCOLAR


Quando era pequenino…
Ainda com pouco tino?
Aos ombros com a sacola
Alegre fui para a escola.
Entre o medo e a heroicidade.
Encontrei nova felicidade.
Na idade de todas as curiosidades.
Os sonhos… Eram áureas realidades.
A ideia de tudo aprender
Era a força que me fazia entender.
O mistério essencial.
Do ser existencial!
O professor velhinho.
Leccionava com carinho!
Cantavam-se as tabuadas
Ao som das reguladas.
As leituras eram ditadas
Com o zunir das canadas.
Mas alegres. Sorriamos encantados.
A este aprender prestados!
Entre Cabral e Camões.
Viviam-se egrégias emoções!
Na moral. Em santo ritual.
O êxtase do espiritual!
Na portuguesa mocidade.
Os sinos e os hinos da nacionalidade!
Viviam-se tempos de observância
Em universal consonância.
Os livros velhinhos.
Eram nacionais pergaminhos!
Repletos de eruditas lições.
Guias de muitas gerações!
Os professores. Eram a alma às escolas.
Não andavam de terra em terra com as sacolas.
Sempre à mesma escola eram integrados.
Até que, seus alunos fossem graduados.
Hoje, nestes governos de falsa verdade.
Sem nacional liberdade.
Mais parecem os professores caixeiros viajantes.
Dos ocupados ministérios, sem educacionais variantes.
Nem projectos que optimizem a aprendizagem.
Que dêem ao aluno mais saber e cultural bagagem.
Mas porque a abrilada, foi cilada de má viagem.
Na impotente actual rota doutrinária.
Como instauração primária.
Surgem ministros de ideias progressivas.
Em suas políticas inoficiosas e agressivas.
Asseveram voltar ao pretérito.
Para passarem a ensinar com maior mérito!
A tanto, fecham-se escolas.
Num vai vem de esmolas.
De sopas e computadores.
Com alunos desterrados para dentro de contentores.
E porque assim exige a liberdade.
Para condizer com tanta hipocrisia e maldade.
Cada um a seu gosto vai trajado.
Por andar de bata, era pelo fascismo, viver ultrajado.
Haja vergonha.
Senhores ministros, demitam-se vão passear para Bolonha.

«»
A viver tão grande político descalabro. Olho o mundo e procuro: Que mal fizemos? Para assim sermos tão castigados! Será que cedo de mais abandona-mos o giz e a lousa. E ainda mal preparados, logo nos enfeitiçados pelo computador. Esquecendo o anteriormente aprendido. Os valores a respeitarem justiça, honra, dignidade e juramentos. Como caímos no engodo de políticas cantilenas de grandeza, liberdade e igualdade. E ainda por cima permitimos que os vendilhões que nos enganaram continuem em liberdade. Aonde para a justiça?

Eduardo Henriques

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