sexta-feira, 31 de agosto de 2012
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
TINTA GUACHE
(Por Débora B. DOs Santos)
Tudo começou dois dias antes,
quando a professora falou para os seus trinta alunos inquietos em suas
carteiras e incomodados com aquele calor de quase 25°:
- Meninos, prestem bem atenção no
que eu vou falar.
- Só os meninos professora? –
perguntou logo uma voz feminina.
- Não, me desculpem. Meninos e
meninas! Amanhã, na aula de Artes faremos uma atividade um pouco diferente do
que fizemos até agora. Vou escrever uma lista de material aqui na lousa, depois
explicarei o uso de cada um deles e, em seguida, vocês poderão fazer suas
perguntas.
Ela virou para a lousa, tomou o
giz e subitamente lembrou-se de algo que não havia falado:
- Ah, Guilherme B. não precisa
falar que não tem o material, eu já sei!
- Mas professora, eu não disse
nada! – respondeu o garotinho com cara de quem não estava entendendo.
-Eu sei que não, mas ia dizer...
E começou a escrever a lista:
Jornal, saco de lixo, pano ou qualquer outro tecido, sacolinha plástica, fita
crepe, pincel e...tinta guache.
Ainda de costa para os alunos,
pôde ouvir os burburinhos que já se formavam e logo, a frase já esperada:
- Professora, eu não tenho nada
dessas coisas! – era o bendito garotinho. A professora nem precisou responder,
uma aluna fez isso por ela:
- Ai moleque como você é idiota!
A professora já não falou que sabe que você não tem o material? – disse Nicoly,
irritadíssima com o sarcasmo do colega.
- Obrigada Nicoly, mas não
precisa xingar o Guilherme. – disse a professora, evitando a resposta de
Guilherme e iniciando minuciosamente a explicação de cada item da lista e
reforçando que, quem não tivesse esse material em casa, não precisaria se
preocupar, pois usariam o material extra que estava em seu armário.
As perguntas vieram a seguir tudo
ao mesmo tempo e, pacientemente, a professora respondeu cada uma delas,
chamando a atenção de todos para as regras de boa educação e combinados sobre
como se comportar na hora de falar e ouvir ao colega.
No dia seguinte, a agitação
começou do lado de fora. A única coisa que passava pela cabeça da professora ao
avistar a “fila” de alunos ao longe era “pra
quê eu fui inventar”. Ao se aproximar, foi cercada pelo aglomerado de
alunos:
-Serve essa tinta?
-Trouxe glitter!
-Eu não tinha saco de lixo
professora!
-Eu trouxe um a mais professora!
A professora respirou fundo,
organizou mais ou menos a fila e subiu para sala. Passado os quinze primeiro
minutos, depois de muita luta, todos estavam sentados em seus lugares e ela se
atreveu a sentar-se também. Começou a explicar que fariam um boneco usando
apenas jornal e fita crepe. Se prestassem atenção direitinho, em uma hora
concluiriam o boneco e poderiam dar início à pintura.
-Serão necessários três
canudinhos como esses. – mostrou a professora acrescentando que aqueles
canudinhos seriam o “esqueleto” do boneco.
- Eu não sei fazer canudinho. –
disse Camily.
- É fácil! É só pegar assim e
enrolar. – respondeu Áquila simulando um canudo com um pedaço de papel.
- Como é? Ensina de novo aí. - Pediu
Luan angustiado.
A professora logo interviu:
- Vou ensinar aqui na frente e
todos farão junto comigo, bem devagarzinho...
A tentativa da criação do boneco
terminou quatro horas depois.
A sala? Cheia de pedaços de
jornal espalhados pelo chão, resto de cola pelas carteiras, rolos de fita crepe
rolando e alguns materiais desaparecidos. A professora descabelada dizendo:
- Os que não conseguiram terminar
aqui, terminem em casa. Tragam amanhã, pois pintaremos o boneco. – acrescentou
com certo cansaço.
No dia seguinte, terceiro da
jornada, até sentiu uma pontinha de felicidade ao vê-los na fila mostrando os
“protótipos” dos bonecos uns aos outros. Quando se aproximou, só via uma
mãozinha por cima da outra na tentativa de mostrar-lhe o grande trabalho.
-Calma, calma! Na sala poderei
apreciar um por um.
Todos sentados, inclusive a
professora, após as orientações, a ordem foi dada:
-Podem começar! Cleberson
sente-se aqui do meu lado. Vou ajudar a fazer o seu.
O Cleberson tinha aprontado uma daquelas
na semana passada, e aplicada as devidas advertências, a professora estava lhe
dando um “gelo”. Sabendo que o aluno tem uma série de dificuldades, chamou-o
para seu lado na intenção de ajudá-lo e incluí-lo naquele processo ao qual ele
sempre se autoexcluia.
O menino levantou-se rapidamente
e, surpreendentemente, tirou o material solicitado da mochila.
-Oxi, você tem o material é? –
comentou a Maria Rita.
- Eu tenho ué, só não sei fazer,
mas a professora vai me ajudar!
Sentou-se todo feliz ao lado da
professora que foi lhe explicando a estrutura do boneco.
Enquanto isso, ela também dava
outras orientações e tentava responder às várias perguntas feitas pelos demais
alunos:
-Professora eu não tenho verde.
- Faça o verde.
- Que cor faz o verde?
- Pensa um pouquinho, eu já
ensinei! – respondeu a professora.
- Vermelho com amarelo! –
respondeu uma vozinha lá no fundo.
- Não seu burro! É azul com
vermelho! – respondeu outra voz.
- Claro que não! É amarelo com
azul! – disse outra voz.
Do outro lado da sala, outro
alarde:
- Professora, o Gabriel derrubou
meu copo com água!
- Foi sem querer professora, eu
estava passando e bati na mesa dela!
- Deixa que eu limpo! – gritou
uma voz do outro lado.
- Não Alessandro, não
preci...-tentou falar a professora.
Mais um desastre! Alessandro
levantou esquecendo-se do tubo de tinta que estava em seu colo. Enquanto isso,
Cleberson ao seu lado não parava de falar:
- Então professora, daí minha tia
comprou um tênis pra mim e disse pra eu tomar cuidado pra não sujar...
- Talita, por favor, desce lá
embaixo e pega um pano de chão com o pessoal da limpeza.
- Tá prô. Posso aproveitar e
lavar minha mão?
- Pode!
- Prô, posso ir com ela?Minha mão
também tá suja! – disse Andréia.
- Pode Andreia.
-Ei, eu também preciso lavar
minha mão! – declarou Guilherme B.
- Daqui a pouco todo mundo poderá
descer!
E o Cleberson continuava:
- E eu falei que não ia mais
cuidar do meu irmão se ele ficasse falando palavrão...
- Professora, isso aqui é verde?
– perguntou Kalebe.
- Olha pra essa cor? É verde
Kalebe? – perguntou a professora.
- Não é marrom!
-Então porque você veio me
perguntar?
- Ah, vai que a senhora falasse
que estava certo!
- Professora, tá bom assim?
- Você acha que está bom Léo?
O Léo era um dos alunos mais
concentrados da turma e desde o início da aula não havia feito uma única
pergunta. Sentava na última carteira e veio trazendo o cavalo que tinha acabado
de pintar para mostrar.
- Eu acho que está professora!
- Então coloque-o para secar.
O Léo deu as costas e voltou para
o fundo da sala. A professora notou o rastro de pingos de tinta pelo caminho.
Os da ida e vinda de Léo até o seu encontro.
E o Cleberson:
- Daí, minha tia falou que vai
dar na minha cara se eu fizer isso de novo.
-Professora, a Eduarda pegou
minha tinta sem pedir.
- Eduarda, por que você fez isso?
-Ela também pegou a minha!
- Nicoly, devolve a tinta dela. E
Eduarda, faça a mesma coisa!
- Professora, já terminei! Posso
pôr pra secar?
-Sim, Alekssandra, pode!
- Professora, vou atrás de uma
vassoura pra limpar a sala.
- Não! Só quando todos terminarem!
- Terminei!
- Traga pra eu ver.
O menino trouxe o boneco como se
fosse um troféu.
- Felipe, o que é o seu boneco? –
perguntou a professora.
- É um boitatá, prô!
- Azul?
- É.
- Por que azul?
- Na lenda não fala qual é a cor
dele. E eu gosto de azul!
Dessa vez, ela ficou sem
resposta. Disse apenas:
- Ok, leve-o para o fundo da sala
e deixe secar.
- Professora, posso ir ao
banheiro?
- Pode Guilherme...
Ao seu lado, ela ainda podia ouvir:
-Daí professora, eu tomei banho,
me arrumei, mas não podia sair, minha prima não tinha chegado...
A única coisa que passava pela
cabeça da professora era que ainda restavam mais quatro aulas pela frente!
quarta-feira, 29 de agosto de 2012
A Cor do Paraíso
O filme conta a história de um garoto cego, que vive em um colégio interno apenas para garotos cegos. Nas férias, ele precisa ir para sua casa, mas seu pai (Hashem) é o último a chegar para buscá-lo. O pai e o professor conversam, pois o pai do garoto não quer levá-lo embora, dizendo não saber como cuidar dele depois que sua esposa morreu. Diante da impossibilidade de deixar o garoto na escola, o pai leva-o consigo, pretendendo no entanto mantê-lo oculto dos olhos dos moradores de sua cidade, pensando que o filho cego pode impedí-lo de realizar seu casamento que já está programado com uma jovem de uma tradicional família islâmica. Tal fato ocorre, pois na cultura islâmica filhos que nascem com alguma deficiência são um sinal de "maldição" na família. O garoto, que se chama Mohammad, encontra carinho e compreensão com a avó e as irmãs. Ele quer ir à escola com elas, mas o pai o proíbe. Um dia, diante da tristeza do garoto, a avó o conduz à escola onde ele se mostra mais avançado que as crianças da vila nos estudos. Ao saber do ocorrido, o pai o proíbe mais uma vez de ir às aulas junto com as outras crianças para evitar que a notícia sobre sua cegueira se espalhe. Como não consegue manter o garoto oculto, o pai resolve mandá-lo como aprendiz a um carpinteiro cego. Mesmo diante do choro do filho e da revolta da mãe, leva a criança e a deixa como aprendiz. Mesmo com esses cuidados para não tornar pública a situação do filho, a família de sua noiva descobre o fato, e usa-o como pretexto para romper o noivado, o que se dá logo depois que a avó do garoto morre de tristeza pela ausência do neto. Vendo o caos em que se transforma sua vida, o pai resolve ir buscar o garoto, mas no caminho para casa o menino se desequilibra e cai dentro de um rio de forte correnteza. Por um segundo Hashem pensa antes de ir salvá-lo, mas pula atrás dele, debatendo-se na água em vão, pois não alcança o garoto. Ambos vão dar em uma praia, e quando o pai em desespero pega a criança inerte no colo, acaba-se assim a ação do filme.[1]
FONTE:http://pt.wikipedia.org/wiki/A_Cor_do_Para%C3%ADso
FONTE:http://pt.wikipedia.org/wiki/A_Cor_do_Para%C3%ADso
O Nome da Rosa
O enredo D'O Nome da Rosa gira em torno das investigações de uma série de crimes misteriosos, cometidos dentro de uma abadia medieval. Com ares de Sherlock Holmes, o investigador, o frade franciscano Guilherme de Baskerville, assessorado pelo noviço Adso de Melk, vai a fundo em suas investigações, apesar da resistência de alguns dos religiosos do local, até que desvenda que as causas do crime estavam ligadas a manutenção de uma biblioteca que mantém em segredo obras apócrifas, obras que não seriam aceitas em consenso pela igreja cristã da Idade Média, como é a obra risona criada por Eco e atribuída romantescamente à Aristóteles. A aventura de William de Baskerville é desta forma uma aventura quasequixotesca.
No romance, Umberto Eco relembra a problemática suscitada pelo nominalismo entre o que é essencial, que parece ser o nome da rosa como nome, em si um conceito, portanto um universal, dessa forma, eterno, imutável, imortal e de sua contraposição a rosa particular, individual no mundo, flor de existência única na realidade, que por acontecer, também é passageira, mortal e transitória.
O próprio nome do livro suscita uma questão que relembra a questão dos universais e dos particulares, que se refere a saber se o nome da rosa é universal ou particular. O quadro da questão pode ser representado de forma tradicional pelo quadrilátero de proposições lógicas. A questão se refere ao juízo que fazemos do nome da rosa: se ele é universal, por exemplo: O nome da rosa é imortal; particular: O nome da rosa é passageiro (mortal) e ainda: Nenhum nome da rosa é imortal ou: Algum nome de rosa é passageiro. Os vértices do quadrilátero seriam formados por esses quatro juízos. Seria algum desses juízos verdadeiro ou falso? Se sim ou não, nisso há alguma contradição? Haveria outras possibilidades, outras incertezas?
Eco sugere N'O Nome da Rosa, um ambiente no qual as contradições, oposições, querelas e inquisições, no início do século XIV, justificam ações humanas, as virtudes e os crimes dos personagens, monges copistas de uma abadia cuja maior riqueza é o conhecimento de sua biblioteca. Para as personagens, a discussão do essencial e do particular, do espiritual e da realidade material, do poder secular e da insurreição, dos conceitos e das palavras entranham pelo mundo uma teia de inter-relações das mais conflituosas. A representação, a palavra e o texto escrito passam a ter uma importância vital na organização da abadia beneditina, gestando o microcosmo do narrador.
N'O Nome da Rosa, conhecido e desconhecido tecem caminhos secretos pela abadia de pedra e representações, definindo uma história de investigação onde as deduções lógico-gramaticais, são nas mãos do autor similares àquelas dos romances policiais modernos. Por outro lado, a narrativa se afasta do simples romance policial não somente pelo fato de ser escrito ao final do século XX, mas porque expõe e aproxima-se de um mundo de incertezas. A arquitetura da abadia faz lembrar os (des)caminhos do labirinto da internet e a difícil situação de decidir politicamente em uma Itália dividida entre o norte rico e articulado e o sul pobre e violento. Esse Sul (Africae), mais representado que real, dito virtual em sua realidade, é no espaço socioeconômico do final doséculo XX mais que um elemento isolado.
Além disso, "O Nome da Rosa" é uma viagem imaginária à Idade Média europeia. A oportunidade de reflexão aberta das questões filosóficas, dos conceitos de certo e errado, de bem e mal, da moral cristã, do que está por trás dos conceitos e crenças atuais, mesmo que por contraste com o conjunto de questionamentos que ecoam dos séculos atrás, é uma herança a ser compartilhadas pelos leitores dessa obra aberta.
Ainda é importante mencionar que a biblioteca que serve como plano de fundo e personagem principal ao mesmo tempo é inspirada no conto A Biblioteca de Babel do argentino Jorge Luis Borges onde é apresentada uma biblioteca universal e infinita que abrange todos os livros do mundo. Para homenagear o escritor há o personagem Jorge de Burgos, que além da semelhança no nome é cego assim como Borges foi ficando ao longo da vida. Outra homenagem presente no nome é William de Baskerville que seria como um Sherlock Holmes na história, este tem como uma das suas principais aventuras O Cão dos Baskervilles
É um dos personagens principais do romance de Umberto Eco intitulado "O Nome da Rosa". Filho do Barão de Melk, o jovem, juntamente com o seu tutor e mestre, Guilherme de Baskerville, tenta desvendar crimes cometidos em um monastério ao norte da Itália durante a Idade Média. Há semelhança entre o seu nome e o de "Watson", fiel escudeiro de Sherlock Holmes, somada à referência latina "adsunt", ou seja, "que está sempre presente".
Umberto Eco, na introdução da obra, diz que Adso é o responsável pela edição dos textos dando conta dos acontecimentos no monastério: «No dia 16 de Agosto de 1968 foi-me parar às mãos um livro que se deve à pena de um certo abade de Vallet, Le Manuscript de Dom Adson de Melk, traduzido em francês segundo a edição de Dom J. Mabillo (Aux Presses de l'Abbaye de la Source, Paris, 1984)»[1]
BARCOS, NAVEGADORES E MAR
Arte com moedas.
BARCOS, NAVEGADORES E MAR
A maior colecção do mundo de painéis feitos com moedas
Um hino a Portugal e ao mundo. Em homenagem aos grandes navegadores Portugueses. A moeda, vem realçar nesta obra, o valor que foi o navegar destes valentes ao mundo.
Trabalho inédito construído com moedas de praticamente todo o mundo. Aplicadas pelo sistema de colagem sobre pintura a óleo.
Três dos painéis, já foram galardoados pelo Guinness Book of Records.
Esta obra, é um hino. A quem, em tosca caravela. Com rudimentar instrumento. Deu mundo ao mundo.
É história viva, recordada na conhagem de cada moeda. Artisticamente aplicada nestes maravilhosos painéis. As moedas, nesta obra, retratam a história do mundo. Enquanto mostram o progresso ou retrosseço do mundo. Como uns crescem. E outros vão caindo na ruína.
Estes paineis cantam a coragem de quem deu mundo ao mundo. Infelizmente estão amordaçados por falta de política cultural que queira divulgar o Portugal português. Neste Portugal adormecido.
Este trabalho pode ser visto em:
www.portugalaomundo.pt
www.artcoins.wordpress.com
Esta obra, é um hino. A quem, em tosca caravela. Com rudimentar instrumento. Deu mundo ao mundo.
É história viva, recordada na conhagem de cada moeda. Artisticamente aplicada nestes maravilhosos painéis. As moedas, nesta obra, retratam a história do mundo. Enquanto mostram o progresso ou retrosseço do mundo. Como uns crescem. E outros vão caindo na ruína.
Estes paineis cantam a coragem de quem deu mundo ao mundo. Infelizmente estão amordaçados por falta de política cultural que queira divulgar o Portugal português. Neste Portugal adormecido.
Este trabalho pode ser visto em:
www.portugalaomundo.pt
www.artcoins.wordpress.com
Eduardo Henriques
terça-feira, 28 de agosto de 2012
Moléstia de saudade
Um dia monotonamente comum.
Tristeza.
O Nublado céu.
Breno Callegari Freitas
Tristeza.
O Nublado céu.
E cheiro de fumaça. De carros ou de algo queimando.
Frio.
No escritório a janela está fechada. Embaçada pelo respirar.
Perfumes matinais enjoativos.
Folhas com muitas palavras e pouca emoção.
Sonhos adiados para noite.
Isso é trabalho!
Uma aliança ornando o dedo.
O esquecimento da submissão conjugal.
Saudade das aventuras. Esses fantasmas que retornam sorridentes.
Saudades das sensações. Coisas extralógicas que pra comum senso não se explica.
Saudade do cheiro humano.
Saudade veio de relance súbito. E guardada enterrei.
Relaxa, amor vai passar.
Se não passar apenas eu saberei.
Frio.
No escritório a janela está fechada. Embaçada pelo respirar.
Perfumes matinais enjoativos.
Folhas com muitas palavras e pouca emoção.
Sonhos adiados para noite.
Isso é trabalho!
Uma aliança ornando o dedo.
O esquecimento da submissão conjugal.
Saudade das aventuras. Esses fantasmas que retornam sorridentes.
Saudades das sensações. Coisas extralógicas que pra comum senso não se explica.
Saudade do cheiro humano.
Saudade veio de relance súbito. E guardada enterrei.
Relaxa, amor vai passar.
Se não passar apenas eu saberei.
Breno Callegari Freitas
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
domingo, 26 de agosto de 2012
sábado, 25 de agosto de 2012
Gilles Deleuze
Gilles Deleuze (Paris, 18 de Janeiro de 1925 — Paris, 4 de Novembro de 1995) foi um filósofo francês.
Biografia
Entre 1944 e 1948, Gilles Deleuze cursou filosofia na Universidade de Paris (Sorbonne), onde encontrou Michel Butor, François Châtelet, Claude Lanzmann,Olivier Revault d’Allonnes e Michel Tournier. Seus professores foram Ferdinand Alquié, Georges Canguilhem, Maurice de Gandillac, Jean Hyppolite.
Concluído o curso em 1948, ele dedica-se à história da filosofia, tornando-se professor da matéria na Sorbonne de 1957 a 1960. Em 1962, conhece Michel Foucault, de quem se torna amigo até sua morte em 1984. Apesar da amizade, não trabalharam juntos, mas foram apontados como responsáveis pelo renascimento do interesse pela obra de Nietzsche.[1]
Entre 1964 e 1969, foi professor de História da Filosofia na ainda unificada Universidade de Lyon. Em 1968, Deleuze apresenta como tese de doutoramento Diferença e Repetição (Différence et répétition), orientado por Gandillac, na qual critica o conhecimento via representação mental e a ciência derivada desta forma clássica lógica e representativa; e como tese secundária, Spinoza e o problema da expressão (Spinoza et le problème de l’expression) orientado por Alquié.
No mesmo ano, ele conhece Félix Guattari, e este encontro resulta em uma longa e rica, e considerada por muitos controversa, colaboração. Segundo Deleuze: "meu encontro com Félix Guattari mudou muitas coisas. Félix já tinha um longo passado político e de trabalho psiquiátrico."" Na Universidade de Vincennnes, onde ensinou até 1987, Gilles Deleuze promoveu um número significativo de cursos. Graças a sua esposa, Fanny Deleuze, uma parte importante destas aulas foi transcrita e disponibilizada no sítio de Richard Pinhas (webdeleuze).
Para Deleuze, "a filosofia é criação de conceitos" (O que é a filosofia?), coisa da qual nunca privou-se (máquinas-desejantes, corpo-sem-órgãos, desterritorialização, rizoma, ritornelo etc.), mas também nunca se prendeu a transformá-los em "verdades" a serem reproduzidas. A sua filosofia vai de encontro à psicanálise, nomeadamente a freudiana, que aos seus olhos reduz o desejo ao complexo de édipo (ver O Antiédipo - Capitalismo e Esquizofrenia, escrito com Félix Guattari), a falta de algo. A sua filosofia é considerada como uma filosofia do desejo. Com a crítica radical do complexo de édipo, Deleuze consagrará uma parte de sua reflexão à esquizofrenia. Segundo ele, o processo esquizofrênico faz experimentar de modo direto as "máquinas-desejantes" e é capaz de criar (e preencher) o "corpo-sem-órgãos". Seu intuito sempre foi o de explorar as suas potencialidades, ao máximo. Em Mil Platôs, Deleuze e Guattari enfatizam a necessidade de extrema prudência nos processos de experimentação, para que se prenda a qualquer preceito moral. Deleuze sempre advertiu quanto ao perigo de se tornar um "trapo" através de experimentações que inicialmente poderiam ser positivas, mas que depois é regulamentada por uma moral subjetiva: "a queda de um processo molecular em um buraco negro" (Diálogos, p. 167).
Desde 1992, seus pulmões, afetados por um câncer, funcionavam com um terço da capacidade. Em 1995, só respirava com a ajuda de aparelhos. Sem poder realizar seu trabalho, Deleuze atirou-se pela janela do seu apartamento em Paris, em 04 de novembro de 1995. Seus seguidores consideraram seu suicício coerente com sua vida e obra: "para ele, o trabalho do homem era pensar e produzir novas formas de vida".[1]
[editar]Filosofia
O trabalho de Deleuze se divide em dois grupos: por um lado, monografias interpretando filósofos modernos (Spinoza, Leibniz, Hume, Kant, Nietzsche, Bergson, Foucault) e por outro, interpretando obras de artistas (Proust, Kafka, Francis Bacon, este último o pintor moderno, não o filósofo renascentista); por outro lado, temas filosóficos ecléticos centrado na produção de conceitos como diferença, sentido, evento, rizoma, etc.
O filósofo do Corpo-sem-Órgãos (figura estética de Antonin Artaud, retomada como conceito filosófico por Deleuze em parceria com Félix Guattari).
Para ele, O ofício do filósofo é inventar conceitos. Assim como Nietzsche cria a personagem-conceito de Zaratustra, Deleuze afirma em L'abécédaire, entrevista dada a Claire Parnet, ter criado com Félix Guattari o conceito de ritornelo - refrão, forma de reterritorialização (povoamento), e desterritorializaçao.
Uma filosofia da imanência, dos diagramas, dos acontecimentos.
As principais influências filosóficas terão sido Nietzsche, Henri Bergson e Spinoza.
Uma das grandes contribuições de Deleuze foi ter se utilizado do cinema para expor sua forma de pensamento, através dos conceitos de imagem-movimento e imagem-tempo.
Deleuze foi um dos filósofos que teorizou as instâncias do atual e do virtual (já elaboradas por outros pensadores), construindo um olhar sobre o mundo a partir das possibilidades: "Um pouco de possível, senão sufoco" (Deleuze)
sexta-feira, 24 de agosto de 2012
Divina Comédia
A Divina Comédia (em italiano: Divina Commedia, originalmente Comedìa, mais tarde batizada de Divina por Giovanni Boccaccio) é umpoema de viés épico e teológico da literatura italiana e da mundial, escrita por Dante Alighieri, e que é dividida em três partes: Inferno,Purgatório e Paraíso.[1]. O poema chama-se "Comédia" não por ser engraçado mas porque termina bem (no Paraíso). Era esse o sentido original da palavra Comédia, em contraste com a Tragédia, que terminava, em princípio, mal para os personagens. Não há registro da data exata em que foi escrita, mas as opiniões mais reconhecidas asseguram que o Inferno pode ter sido composto entre 1304 e 1307-1308, oPurgatório de 1307-1308 a 1313-1314 e por último o Paraíso de 1313-1314 a 1321 (esta última data fecha com a morte de Dante[2]). É uma viagem onde se sucedem diversos acontecimentos.
Dante escreveu a "Comédia" no seu dialeto local, ao criar um poema de estrutura épica e com propósitos filosóficos, Dante demonstrava que a língua toscana (muito aproximada do que hoje é conhecido como língua italiana, ou língua vulgar, em oposição ao latim, que se considerava como a língua apropriada para discursos mais sérios) era adequada para o mais elevado tipo de expressão, ao mesmo tempo que estabelecia o toscano como dialecto padrão para o italiano. Os mais variados pintores de todos os tempos criaram ilustrações sobre ela, se destacandoBotticelli, Gustave Doré e Dalí. Dante a escreveu no dialeto toscano, matriz do italiano atual[3].
A Divina Comédia é hoje a fonte original mais acessível para a cosmovisão medieval, que dividia o Universo em círculos concêntricos. A obra moderna mais acessível a respeito dessa cosmovisão é The Discarded Image por C. S. Lewis. Foi ilustrada por Gustave Doré.
Donde eu to. Por aonde eu vim.
Onde fui livre quero voltar.
Mas minha morada, agora, é a guerra.
Onde tive esperança pude realizar.
Breno Callegari Freitas
Mas minha morada, agora, é a guerra.
Onde tive esperança pude realizar.
Agora dentro das trincheiras, descubro-me na selva.
O mundo de antes, era mundo de mais!
Esse de agora é apenas planeta.
Luz, carnaval, sons e os melhores pares de coxa do recôncavo. (Outrora)
Solidão insalubre agora!
Antes era uma “problemaiada” de felicidade.
E hoje é uma ilusão de abundância.
Antes não tínhamos muito que comer.
Hoje só sinto sabores em relances.
Lá eu existi da melhor forma que pude.
Aqui eu pude existir, mas não fiz caso.
O mundo de antes, era mundo de mais!
Esse de agora é apenas planeta.
Luz, carnaval, sons e os melhores pares de coxa do recôncavo. (Outrora)
Solidão insalubre agora!
Antes era uma “problemaiada” de felicidade.
E hoje é uma ilusão de abundância.
Antes não tínhamos muito que comer.
Hoje só sinto sabores em relances.
Lá eu existi da melhor forma que pude.
Aqui eu pude existir, mas não fiz caso.
Breno Callegari Freitas
quinta-feira, 23 de agosto de 2012
Pós-modernidade
.
Pós-modernidade ou Pós-modernismo é a condição sócio-cultural e estética que prevalece no capitalismo contemporâneo após a queda do Muro de Berlim e a consequente crise das ideologias que dominaram o século XX. O uso do termo se tornou corrente embora haja controvérsias quanto ao seu significado e a sua pertinência.
Algumas escolas de pensamento tem-na como o fundamento do alegado esgotamento do movimento modernista, que dominou aestética e a cultura até final do século XX, substituindo, assim, a modernidade. Outros, por sua vez, afirmam que a pós-modernidade seria a extensão da modernidade, englobando-a para cobrir o desenvolvimento no mundo, onde houve a perda da aura do objeto artístico pela sua reprodução em múltiplas formas: fotografias, vídeos, etc. (Walter Benjamin).
Pós-modernidade pode significar uma resposta pessoal para uma sociedade pós-moderna, as condições na sociedade que fazem-na pós-moderna ou o estado de ser que é associado a uma sociedade pós-moderna. Em muitos contextos, poderia ser distinguido de pós-modernismo, a consciente adoção de filosofias pós-modernas ou de seus traços na arte, literatura e sociedade.
O crítico brasileiro Mário Pedrosa foi um dos primeiros a utilizar este termo em 1964 (Madeira, A. p.1). Em importante artigo sobre a arte de Hélio Oiticica Pedrosa afirmava na ocasião (Pedrosa, 1981:2005):
A esse novo ciclo de vocação antiarte chamaria de arte pós-moderna. |
Pós-modernidade pode significar uma resposta pessoal para a sociedade pós-moderna. As condições nas quais a sociedade faz-se pós-moderna ou o estado de ser que é associado com uma sociedade pós-moderna. Na maioria dos contextos pode ser distinguida de pós-modernismo, a consciente adoção de filosofias pós-modernas ou traços na arte, literatura e sociedade.
quarta-feira, 22 de agosto de 2012
Piotr Ilitch Tchaikovsky
Piotr Ilitch Tchaikovsky (em russo: ? Пётр Ильи́ч Чайко́вский, por vezes, transliterado Pyotr Ilyich Tchaikowsky); (Kamsko-Wotkinski Sawod, actual Tchaikovsky, 7 de maio de 1840 – São Petersburgo, 6 de novembro de 1893) foi um compositor romântico russo.
Embora não faça parte do chamado Grupo dos Cinco (Mussorgsky, César Cui, Rimsky-Korsakov, Balakirev e Borodin) de compositores nacionalistas daquele país, sua música se tornou conhecida e admirada por seu carácter distintamente russo, bem como por suas ricas harmonias e vivas melodias. Suas obras, no entanto, foram muito mais ocidentalizadas do que aquelas de seus compatriotas, uma vez que ele utilizava elementos internacionais ao lado de melodias populares nacionalistas russas. Tchaikovsky, assim como Mozart, é um dos poucos compositores aclamados que se sentia igualmente confortável escrevendo óperas, sinfonias, concertos e obras para piano.
Piotr Ilich Tchaikovsky nasceu em Maio de 1840, na cidade de Kamsko-Votkinsk, na Rússia, filho de um engenheiro de minas ucraniano chamado Ilya com sua segunda esposa, Alexandra, de ascendência francesa.[1]
Desde cedo Tchaikovsky interessou-se por música. Seu primeiro contato foi aos cinco anos com um velho órgão mecânico que havia em sua casa, onde aprendeu algumas árias da moda ajudado por sua mãe.
Em 1848 a família fixa-se em São Petersburgo, onde o compositor toma as primeiras aulas teóricas musicais com diversos professores particulares, entre eles o maestro Filipov.
Mas em 1850 os desejos da família eram que fosse advogado. Foi para a Escola de Direito de São Petersburgo onde cursou até 1859, mostrando-se um estudante muito aplicado, e antes mesmo de se formar foi empregado como funcionário do Ministério da Justiça.
Em 1854 morre sua mãe. Fato que, segundo alguns biógrafos e estudiosos de sua vida, o marcou profundamente.
Em 1863 Tchaikovsky decide dedicar-se inteiramente a carreira musical. Opondo-se totalmente às expectativas da família, abdica da carreira jurídica e se matricula no Conservatório de São Petersburgo, onde permanece três anos. É no Conservatório que Tchaikovsky tem contato com as obras dos grandes mestres alemães, bem como com composições de Glinka, Meyerbeer, Schumann e Liszt. Foi aluno de Anton Rubinstein em orquestração, e de Nikolai Zaremba em composição.
Em 1866 é convidado por Nikolai Rubinstein, irmão de Anton Rubinstein e diretor do Conservatório de Moscou, para dar aulas de Teoria Musical e Composição. Foi professor até 1878.
Em 1867 foi um dos designados pelo Conservatório de Moscou a receber oficialmente Hector Berlioz em sua viagem a Rússia.
Em 1868 trava contato com o Grupo dos Cinco, movimento nacionalista russo que compatilhava do ideal de criar uma música fundada sobre o folclore nacional, contra a tutela e influência das escolas francesa e italiana. O grupo era formado pelos compositores Mily Balakirev, César Cui, Modest Mussorgski, Aleksandr Borodin e Nikolai Rimsky-Korsakov.
Em 1875 viaja pela Europa e conhece em Paris Saint-Saëns, Franz Liszt, Georges Bizet e Jules Massenet.
Em 1876, Nikolai Rubinstein apresenta o compositor à baronesa Nadyezhda von Meck, que se sente profundamente atraída pela obra de Tchaikovsky. Incialmente a baronesa o incumbe em algumas transcrições para violino e piano, mas em seguida se converte em mecenas de Tchaikovsky, sob a única condição de comunicarem-se somente por carta. Essa correspondência durou quatorze anos, sem nunca terem se visto. O mecenato resguardou Tchaikovsky de dificuldades financeiras durante esse tempo. (A Sinfonia nº 4 em fá menor, opus 36, é dedicada à baronesa) Nesse mesmo ano de 1876, recebe o encargo de coreógrafo do Teatro Bolshoi de Moscou, onde nasce o ballet O Lago dos Cisnes.
Em carta de 1876 a seu irmão, confessa estar atormentado por tendências homossexuais desde a juventude, e que faria tudo o que fosse possível para se casar e afastar todos os rumores que o incomodavam. Em 1877 casa-se com uma aluna do Conservatório de Moscou, Antonina Miliukova. Matrimônio que desde o início fora um suplício. Inicialmente porque sua esposa não se interessava por suas composições e projetos artísticos.
O mecenato da baronesa von Meck possibilitava Tchaikovsky dedicar-se exclusivamente a composição, então em1878 deixa sua cátedra no Conservatório de Moscou.
Em 1880 Nikolai Rubinstein o incumbe de compor uma abertura sinfônica-coral de tema patriótico, prevista para a inauguração da uma exposição em Moscou: nasce a Abertura 1812.
Em 1892 já não conta mais com a ajuda da baronesa von Meck. Sua irmã Alexandra morre. E aos cinquenta anos tem a aparência de um homem muito mais velho.
Em junho de 1893, Tchaikovsky recebe o título de Doutor Honoris Causa da Universidade de Cambridge. Em outubro do mesmo ano sua saúde se agrava profundamente. Dia 6 de Novembro de 1893 Tchaikovsky morre aos 53 anos, em São Petersburgo.
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