terça-feira, 30 de outubro de 2012

NEGRA CAPA


Do saber apeado
E pelo saber cerceado.
Caminho no descontentamento.
Do actual político pernicioso estabelecimento.
Sem bagagem, por entre a política vadiagem e sacanagem.
Sigo a minha encurralada viagem.
Caminhando ao sublime eterno.
Neste terreno inferno.
Aonde o douto não é fraterno.
Nem saber ao todo da humanidade.
Nesta ainda tão desconhecida comum universalidade.
Do ígneo ao nada
Estagna finada
Esta terrena vida danada.
Negra faculdade.
Sem humano préstimo e humana sensibilidade.
Não há leite em tua cabra.
As actuais sebentas, deram-na espúria e macabra.
Lá do alto da torre berra envergonhada.
Sem pasto! Em podre cimento aninhada.
Já não és à humanidade. Passaste ao lodo do sistema.
Capa de negro anátema.
Lóio danado.
Causativo de tanto finado.
Por ti! Do corpo desirmanado.
Resto na fome semimorto e abandonado.
Abjecto erudito.
Corrompes em teu dito
Tudo quanto é bendito.
Negro de capa e espírito.
Causador de tanto humano grito.
Teu canudo são garras espúrias.
De infindas humanas lamurias.
Canetas de escritas gananciosas.
Eruditos de vozes perniciosas.
Sempre a engendrarem populacionais discórdias.
Por entre políticas partidárias balbúrdias.
Para encherem a pança. E amealharem fortunas
.Ao jugo de movediças políticas dunas.
De ti toda a gente se amedronta
Ilustrada afronta.
Mal a cabra te dá o canudo da sapiência.
Berras a tua contida ganância.
Corres de canudo na mão ao público erário.
Encanudado mercenário.
Ao hemiciclo assalariado
És um inútil viciado.
Fingidamente irado.
Aprendeste em viperina sebenta..
Tua espúria conduta sedenta.
Na falta de pasto tornaste-te agoirenta.
Nas letras. perdeste o amor e o calor
Dormes com Satanás teu letrado valor.
Há humanidade és um pavor.
Não sedes a um humano favor.
Por mais que chore a criança.
Sem sustento nem esperança.
Nefando político doutorado
Trazes o mundo amargurado.
Não passas de um doutorado analfabeto e despótico
Da humanidade não és pórtico.
Desgraçado humano
Letrado profano.
Só de ti és ufano.
Capa negra e doentia
Não tens nenhuma serventia
Teu saber é só desgraça.
É fome que contigo graça.
És do saber a decadência.
És o retrocesso da existência.
O tempo alarga o saber e a ciência .
À humana evolução e vivência.
Mas tu, negra capa, de fatídica demagogia.
Na força de um canudo sem deontologia.
Atrasas a humanidade.
À sua universal continuidade.
Grito negro de orgia.
Povo sem divina liturgia.
Mundo de amargura.
Em blasfémia letrada encapada ditadura
Nesta fome! Hoje! Já não tropeço em pedra dura.
Mas sim, em corpo de fome, por ti! Para a rua atirado.
Pela tua capa de político letrado.
Capa de mentecapta escravatura.
És humana impostura.
«»
Será que tudo dorme? Tudo foi no abrilesco grito anestesiado?
Porque se permitiu e institucionalizou o actual abissal fosso de social assimetria em Portugal?
Aonde ficou a abrilada da igualdade e liberdade?
A resposta é simples. Só não a sente ou não vê, quem não quer. Ou quem come do politicamente estabelecido. Da hipocrisia do politicamente correcto. Do actual nefasto saber político. O pobre, estupidificado na sua forçada escravatura. Permite inacreditáveis luxos e milionárias benesses aos assalariados políticos. Os quais, nessa incongruente permissão. Fazem da política uma das mais nocivas industrias planetárias. No entanto, das mais bem pagas e corruptas actividades do planeta. Enquanto, de desgraça em desgraça. O pobre. Mais fundo vai mergulhando no abissal fosso das sociais assimetrias. Mas mesmo assim, abruptamente descalço. Na esperança de um dia melhor. Lá vai esfomeado batendo palmas. Na fila de uma das muitas ideologias. Que na força dos seus gritos. Esquecendo a humanidade. Negando o prometido e difundido. Vai guindando os seus avatares. Aos mais autos cargos administrativos. Para mal do planeta e das suas populações. Como nunca tão escravizadas! E desrespeitadas! Por um segundo, considerai-vos livres. E sem ideias tendenciosas. Nem a comer do politicamente correcto da política hipocrisia. Nem ao serviço dos homens que instituem politicamente tanta brutal desigualdade. Olhai o planeta. Contai os esfomeados e os descalços. Que na nossa estupidificação e inércia consentimos.
Acordai! O planeta é de todos!
Eduardo Henriques

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