sábado, 30 de junho de 2012

Televisão no Brasil - década 80


Em julho de 1980, o governo declarou peremptas as concessões de sete emissoras da Rede Tupi, inclusive as cabeças de rede em São Paulo e Rio de Janeiro, provocando o fim da mais tradicional emissora de TV do país. Os empresários Sílvio Santos e Adolpho Bloch ganharam as concessões dos canais de televisão vagos com o fim das TVs Tupi e Excelsior, após vencerem concorrência pública, da qual também participaram os grupos Abril e JB. Sílvio Santos lançou oSistema Brasileiro de Televisão (SBT), em 1981, de programação eminentemente popularesca.Dois anos depois, surgiria a Rede Manchete, de propriedade de Bloch, voltada para o público de maior escolaridade e renda.
Em 7 de julho de 1983, durante uma greve nacional de trabalhadores, a TV Bandeirantes teve seus transmissores lacrados por 15 horas. A emissora havia veiculado notícias sobre a greve, o que era proibido pelo governo militar.[5] No início de 1984, a TV Globo evitou transmitir os comícios do movimento Diretas Já, que pedia o restabelecimento das eleições diretas para presidente da República. O boicote da TV Globo, que teria sofrido pressão por parte dos militares para não noticiar os comícios[6][7], fez com que parte de sua audiência migrasse para os telejornais de outras emissoras. Somente a partir de abril daquele ano, sob pressão da opinião pública, a Globo passou a veicular os comícios em rede nacional.
O fim do regime militar e a promulgação da Constituição de 1988 significaram o fim da censura à imprensa e aos programas de televisão. Roque Santeiro, novela de Dias Gomes, cuja exibição havia sido vetada pelo governo militar na década de 1970, pôde, enfim, ser exibida pela Rede Globo em 1985, tornando-se um dos maiores fenômenos de audiência do gênero no país.
Levantamento feito pela Federação Nacional dos Jornalistas demonstra que até março de 1979 havia 1.483 emissoras de rádio e TV no Brasil. Durante o governo de José Sarney, entre 1985 e 1990, foram distribuídas 1.091 concessões de rádio e TV, sendo que 257 foram no mês que antecedeu a promulgação da Constituição. Daquele total, 165 beneficiaram 91 parlamentares, 90% dos quais votariam a favor do mandato presidencial de cinco anos, defendido por Sarney, durante a Assembléia Nacional Constituinte.[8] Com isso, grande parte das novas emissoras de televisão do Brasil viria a ser controlada por grupos oligárquicos regionais.
Em 1989, a TV Record de São Paulo, cujas ações até então pertenciam ao Grupo Silvio Santos e ao Grupo Paulo Machado de Carvalho, foi vendida ao empresário-bispo Edir Macedo.

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