terça-feira, 17 de julho de 2012

Rubem Alves

Rubem Alves (Boa Esperança15 de setembro de 1933) é um psicanalistaeducadorteólogo e escritor brasileiro, é autor de livros e artigos abordando temas religiosos, educacionais e existenciais, além de uma série de livros infantis.[1]

Vida

Durante sua infância, enfrentou os problemas comuns ocasionados pelas frequentes mudanças de estados e de escolas. Tais mudanças influenciaram sua atitude de introspecção que o levou à companhia dos livros e ao apoio da religião, base de sua educação.
Presbiteriano, tornou-se pastor. Teve três filhos, e entrou numa crise de fé decorrente de um problema de saúde na família, tendo assim de abandonar o pastorado. Apóstata do cristianismo, tornou-se crítico da religião organizada. De volta ao mundo secular, tornou-se escritor e acadêmico.

[editar]Carreira

Bacharel e Mestre em Teologia, Doutor em Filosofia (Ph.D.) pelo Seminário Teológico de Princeton (EUA) e psicanalista. Lecionou no Instituto Presbiteriano Gammon, na cidade de Lavras, Minas Gerais, no Seminário Presbiteriano de Campinas, na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Rio Claro e na UNICAMP, onde recebeu o título de Professor Emérito. Tem um grande número de publicações, tais como crônicasensaios e contos, além de ser ele mesmo o tema de diversas tesesdissertações e monografias. Muitos de seus livros foram publicados em outros idiomas, como inglês, francês, italiano, espanhol, alemão e romeno.
Com formação eclética, transita pelas áreas de teologiapsicanálisesociologiafilosofia e educação. Após ter lecionado em universidades, hoje tem um restaurante (a culinária é uma de suas paixões e tema de alguns de seus textos), vive em Campinas, onde mantém um grupo, chamado Canoeiros, que encontra-se semanalmente para leitura de poesias.
Sua mensagem é direta e, por vezes, romântica, explorando a essência do homem e a alma do ser. É algo como um contraponto à visão atual de homo globalizadus que busca satisfazer desejos, muitas vezes além de suas reais necessidades.
"Ensinar" é descrito por Alves como um ato de alegria, um ofício que deve ser exercido com paixão e arte. É como a vida de um palhaço que entra no picadeiro todos os dias com a missão renovada de divertir. Ensinar é fazer aquele momento único e especial.Ridendo dicere severum: rindo, dizer coisas sérias[2] Mostrando que esta, na verdade é a forma mais eficaz e verdadeira de transmitir conhecimento. Agindo como um mago e não como um mágico. Não como alguém que ilude e sim como quem acredita e faz crer, que deve fazer acontecer.
Em alguns de seus textos, cita passagens da Bíblia, valendo-se de metáforas. No site A Casa de Rubem Alves encontram-se releituras e discussões de suas obras.
É cidadão honorário de Campinas onde recebeu a Medalha Carlos Gomes de contribuição à cultura.

[editar]Teologia

Autor do livro Da Esperança (Teologia da Esperança Humana), Rubem Alves é tido por muitos estudiosos como uma das mais relevantes personalidades no cenário teológico brasileiro; o fundador da reflexão sobre uma teologia libertadora, que em breve seria chamada de Teologia da Libertação.[3] Via no Humanismo um messianismo restaurador e assim, desde os anos 60 participou do movimento latino-americano de renovação da teologia.
Sua posição liberal logo lhe trouxe graves problemas em seu relacionamento com o protestantismo histórico e especificamente presbiteriano. Foi questionado desde cedo por suas ideias e teve de abandonar o pastorado, tendo antes abandonado suas convicções doutrinárias ortodoxas.
Foi dessa experiência que surgiu o livro Protestantismo e Repressão, que busca elucidar os labirintos do cotidiano histórico deste movimento religioso. Escreveu ainda um livro em Inglês que falava do futuro da humanidade, Filhos do Amanhã, onde tratou de como um futuro libertador dependia de categorias que a ciência ocidental havia desprezado.
Lançou ainda um livro chamado Variações sobre a vida e a morte, onde trata de construir uma teologia poética, preocupada com o corpo, com a vida em sua dimensão real.
Foi proibido de falar nos púlpitos da Igreja Presbiteriana do Brasil, o que não o impediu de ser convidado para pregar na Igreja Presbiteriana de Copacabana, no Rio de Janeiro, em 31 de outubro de 2003, por ocasião das comemorações pela Reforma.

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